O território das Aldeias do Xisto possui um conjunto de serras dividido em dois blocos pelo denominado “fosso do Zêzere”, o rio que separa e une este território:
- de um lado a Serra do Açor (1418 m) e a Serra da Lousã (1204 m)
- do outro a Serra de Alvelos (1084 m), a Serra da Gardunha (1227 m) e a Serra do Muradal (915 m)
Do cume de qualquer delas ou de outros pontos elevados, ondas montanhosas estendem-se até à linha do horizonte, levando a sentirmo-nos numa ilha minúscula e perdida. Quando viajamos por algumas estradas sentimo-nos a bordo de uma pequena embarcação que desafia as vagas alterosas, destacando-se na paisagem as torres eólicas que parecem corresponder aos mastros de frotas e armadas que procuram não naufragar na ondulação.
O mar torna-se encapelado quando avistamos as cristas quartzíticas que parecem emergir no topo de algumas serranias: a Serra de São João, os Penedos de Góis, os Penedos de Fajão, a Serra do Vidual e o Estreito. Quando rompidas pelos cursos de água estas formações quartzíticas dão origem a grandes acidentes geomorfológicos: as Fragas de São Simão, a Senhora da Candosa, a Garganta do Zêzere e as Portas do Almourão.
Na Serra do Açor, a 1118m de altitude, nasce o Rio Ceira. 100km depois, à sua chegada a Coimbra, afluirá ao Mondego. Onze AX estão na sua bacia hidrográfica.
O Alvoco e depois o Alva, embora nasçam na Estrela, também são alimentados à sua esquerda pela Serra do Açor. Depois de se encontrarem na Ponte das Três Entradas, o Alva também encontrará o Mondego próximo de Penacova. Três Aldeias do Xisto estão na sua bacia hidrográfica.
O Zêzere, esse goza do estatuto de grande rio, de forte temperamento, a que nenhuma aldeia ribeirinha fica indiferente.
O Homem não quis que estes rios corressem selvagens, como sempre foram. Nestes vales escavados pelas águas com pressa de serem ribeiras e rios, implantou barragens para transformar a força do fluir das águas em electricidade. Por isso, hoje, as superfícies tranquilas de várias albufeiras espelham as paisagens que as envolvem.
O Ceira apenas tropeça na Barragem do Alto Ceira (1949). A Ribeira de Unhais, com a construção da Barragem de Santa Luzia (1942) deixou de rugir na garganta da Serra do Vidual. A Barragem do Cabril (1954) aproveitou o nome do estrangulamento do Zêzere junto a Pedrógão Pequeno. À saída desta, como se o Zêzere voltasse a querer ser selvagem, a Barragem da Bouçã (1991) impediu que o fosse. Mas nem a gigantesca Barragem de Castelo de Bode (1951) consegue armazenar a muita água que estas montanhas produzem.
Formam um imenso lago com cerca de 6100 hectares, quase em contínuo. Uma montanha de água com 2 biliões de metros cúbicos de água doce.

































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