O Centro de Artes de Denison, associado à Universidade de Denison, nos Estados Unidos da América recebe, até 18 de outubro, uma exposição do Projecto Entre Serras – Rede de Arte Contemporânea Entre Agricultura e Biodiversidade (PES).
Com curadoria de Carlos Casteleira, a mostra integra, entre outros, trabalhos produzidos no âmbito de várias iniciativas promovidas com o apoio da ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com a Câmara Municipal do Fundão (iNature), que reforçam o papel das Aldeias do Xisto como laboratório vivo que promove a inovação e a imersão para a criação de experiências e aprendizagem conjunta.
O worskhop de fotografia “Vendo para Crer, Revendo para Criar”, que decorreu de 15 a 20 de julho, na Aldeia do Xisto da Barroca, é uma dessas iniciativas. O curso convidou um grupo de artistas e fotógrafos a refletir sobre a geração de imagens. Orientados por Rodrigo Braga e Carlos Casteleira, Andrea Inocêncio, Annick Boissel, Bruno Medeiros, Luís Nobre, Manuela Pires da Fonseca, Miguel Geraldes e Umberto Simões exploraram o território e o seu património natural e mineiro, entre a Barroca e o Cabeço do Pião.
Através de um processo que se iniciou com caminhadas de observação, cada participante exercitou construções imagéticas ligadas aos seus interesses estéticos e conceptuais, mas que também apontassem para novas possibilidades, alcançando sentidos menos narrativos e mais abertos e especulativos da imagem.
Seguiram-se as residências artísticas “Ponto Zero”, de Rodrigo Braga, e “Tarde Fria”, de Laetitia Morais, também centradas no território envolvente das Minas da Panasqueira.
A exposição apresenta também fotografias de Carlos Casteleira sobre a intervenção “Pirilampos”, de Erik Samakh, artista que em 2017 instalou na Região Centro pequenos artefactos eletrónicos que simulam pirilampos, simultaneamente simbolizando a resiliência da biodiversidade e a adesão à rede de arte contemporânea PES, construindo uma cartografia in situ dos territórios envolvidos. A presente colaboração com a Universidade de Denison inclui ainda uma residência artística de ambos os artistas, de que resultará a instalação temporária de PIRILAMPOS em Newark, simbolicamente estendendo a rede PES aos EUA.
Consulte os documentos em anexo para saber mais detalhes sobre esta exposição.
Refira-se que o PES se desenvolve no território raiano do centro da Península Ibérica e estabelece relações entre as comunidades e questões ecológicas, desenvolvendo obras alicerçadas no vivo, no espaço e no tempo. Desde 2017 empenhado em criar uma rede de arte contemporânea no referido território, o PES vai estabelecendo parcerias que permitem a realização de uma nova edição cada ano, tendo já envolvido artistas e académicos de Portugal, Espanha, França, Brasil e Equador, sempre com um foco na produção artística ligada aos meios envolventes.